Peça do Destino

São sentimentos ardentes,

que no peito pulsam

como as marcas deixadas

pelo fogo da paixão.

As chamas do desejo

as mantém incandescente,

muito embora as chuvas de solidão

segue tentando apagar.

As vezes, com a vida me revolto

por semear sem ter colheita,

por frutificar sem proveito.

Quase ouço as risadas do destino,

esse menino matreiro,

que me fez armadilha

me tirando o sossego.

Agora sem vida ou destino,

não vejo outra saída

a não ser arder inteira

a beira dessa fogueira

que devora o coração.

Quem sabe assim,

restem somente cinzas

e o vento leve

talvez pra longe ou bem perto,

onde o mar esfria o sol,

onde a lua só quer espelhar

onde o amor,

não seja uma peça a pregar.

Flor de Laranjeira
Enviado por Flor de Laranjeira em 27/08/2009
Reeditado em 10/01/2010
Código do texto: T1776826
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