RUAS DA ALMA

por Regilene Rodrigues Neves

Ruas da alma

Vontade de partir

No medo de ficar

Param na contramão

O caminho inverso

Segue sem olhar para trás...

A razão explora a emoção

O coração cheio derrama

Molha a calçada do tempo...

A saudade mudou para perto

Vive entrando e saindo do peito

O jeito é sentir essa lágrima

Que teima em rolar

De um olhar preso no passado...

Lembranças permanecem

Nas vielas transeuntes da alma

Cada passo passa pelas veias

Que levam a vida

Para a estrada que segue...

A liberdade corre

Na rota aleatória da felicidade

Enfrente ao presente

Passa o caminho para o futuro

Quem vai partir quem vai ficar

Um rastro faz marcas na passagem...

Me abraço num carinho contra a solidão

Arranha-céus olham solitários para o céu

Aqui a alma longínqua

Vaga na direção de um sonho...

Próxima uma quimera dorme comigo!

Na esquina do firmamento

Um pensamento solto

Absorve a imaginação...

Lobos devoram a face da periferia

Arredores tristes dos meus medos

Sepulcros de amores derruídos

Jazem por - morte dentro de mim

Poças vazias abertas

Num terreno baldio de ilusões...

Ideais perambulam sem destino

Quisera uma escolha infeliz

Acovardar o peregrino

Predador de sentimentos

Sem nenhum merecimento...

A lua ilumina a rua da alma

Que dorme sobre a esperança

E amanhece cercada de sol...

No parapeito da janela da poesia

O poeta grita para a ode que passa

Pelas ruas da alma...

Em 26 de agosto de 2009