O Amor
Às vezes, é por acaso,
meio que sem querer.
Levianamente escorado na janela,
passa, então, ela,
e finge não perceber...
N'outras é proposital,
olha querendo ver,
repara na cortina amarela,
lança uma piscadela
e até faz por merecer...
Às vezes, chega de mansinho,
e num falar doce, manso e leve
decifra os gestos da mão...
N'outras, parece conhecer o caminho,
e como fogo derretendo a neve,
lhe arrebenta o coração.