Um olhar no banco...
Um olhar no banco
Passa mais um e outro
Ela sorri, sorri, sorri,
Fico calmo, mentira,
Outro olhar, mais um passo,
Encosto, costa, sorriso,
Como eu nunca te vi?
Agora ela faz fita
Um empurra o outro
Tudo cheio, um sufoco,
Vamos descer ali
Parece coisa de vila
A campainha toca minha mão
O seu peito me dá um choque, tensão,
Ela quer descer aqui
Esperamos abrir a porta
Eu olho, ela olha, estamos só,
É noite, como noite, faz frio
O melhor beijo que já dei
Ela segura minha camisa
Minhas pernas estão tremendo
Sua mão está descendo
Ela não pode ficar aí
Me puxa para sua casa
Abre a porta, uma bebida, tudo escuro,
Ela pede o meu silêncio
Uma gravura de Dali
Mesmo sem a luz estar,
O sofá, a espera, um banho,
Me encarando um cabeça de estanho
Eu quase dormi
Abri os olhos com ela em cima.
Peixão89
Toque - 1998