Rosa Aprisionada
Por de trás desta água estão meus embebidos olhos,
Vertidos em consternação e nuvens de agonia,
Como duas chamas incendiadas onde se tinha alegria.
Um lírio que não tem raízes neste mundo,
Uma fada dada ao próprio azar e direção do vento
Cabisbaixo, um homem, que sou eu a desalento.
Seus pés perfeitos e cravados na outra margem
Não transcenderam os barrancos recompensadores,
E eu aqui, do outro lado: um imã que atraí todas as dores.
Ah! Princesa dos dias meus, tem uma rosa aprisionada;
Carrego-a, trancafiada sob a triste couraça da alma
E mesmo longe, distante, será sempre minha bem-amada!