UM LAPSO NO TEMPO
Com uma sanfona na mão,
Olhos espertos lado a lado,
Não tem ninguém ao seu lado,
Não consegue uma música tocar...
Seu olhar fixo entre as pessoas,
Um pouco de amor pretende,
Aqui, lá ou em qualquer lugar,
Seu rumo à avenida.
Não tem lugar certo,
Nem mesmo dele pode ficar perto,
Não tem história,
Nem mesmo um pouco de memória.
Olhar fixo no chão...
Com os dedos dedilha a sanfona,
Pensa estar tocando a nona...
Mas em ouvidos não a ressoa.
Passos longos e um gemido na boca...
Canta cantigas desconhecidas...
Ninguém o vê como artista,
Mas para Ele é o equilibrista