Eusébio de Queirós foi passear num navio negreiro

I

Imagine um navio negreiro,

Suas viagens na azul imensidão

Na embarcação, não trazia flores

Muito menos palavras sagradas

Entregava servidão, ratos e pulgas

Deplorável tristeza humana

II

Vidas degradadas

Sentimento de culpa?

Adeus à tribo...saudade corrosiva

Cheiro da caça, lembra-se?

Agora, só ostente tua raça

Histórias de caçadas infalíveis

Com arcos e lanças

Arremessos indescritíveis

III

Tragam o ritmo,

A ginga, a manha

Ranjam os dentes,

Há muito trabalho pela frente

Até sucumbir...

Ou ao senhor não mais servir

E lembre-se,

Nem tente fugir

*Baseado em: “O navio negreiro”, poema de Castro Alves. Um dos mais belos de nossa língua.

A promulgação da “Lei Eusébio de Queirós”, proibiu o tráfico de escravos, em 4 de setembro de 1850.

O então, ministro do Segundo Reinado: Eusébio de Queirós, antecipando-se à pressões vindas da Inglaterra, insistiu na necessidade do país tomar por si só a decisão de colocar fim ao tráfico, preservando a imagem de nação soberana do Império Brasileiro.

A partir da promulgação da lei, inicia-se o tráfico ilegal que desenvolveu-se intensamente no período posterior à lei e, na verdade, trouxe incremento nos índices de entrada de africanos no Brasil.

Mas, pela iniciativa do ministro, presto a ele, minha homenagem.

Marciano James
Enviado por Marciano James em 24/08/2009
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T1772567
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