NAVE DA ESPERANÇA
Morrer um dia eu receio
Levando a doce esperança
De ver, sem tardança,
Senadores, nos quais votei,
Punidos como qualquer sem lei.
Oh, justiça que tanto espero,
Apruma o pêndulo da balança,
Lava com água de mudança
O chão da casa de leis.
Restaura o senso, o sentido,
Oh Justiça, nobre senhora,
Porque o país agoniza nessa hora
No mar de lama perdido!
Imenso navio de corruptos,
Dirigido por capitão pavoroso,
Com chiste que parece formoso
Aos ouvidos do povo iludido.
Sem casa, escola e trabalho,
Vai a nave na lama sem rumo,
E sem saber quase não durmo
Qual será o próximo atrapalho
Que misturará as cartas do baralho,
No pano verde, onde oitenta e um
Jogadores, sem respeito algum,
Desperdiçam tempo e dinheiro.
Deviam ser punidos, aferrolhados,
Tal como foi Prometeu,
E ter o cérebro que Deus lhes deu
Comido por abutres infernais.
24/08/09.