QUANDO BATE

Quando o amor bate

Não tem jeito:

Eu me apanho.

O amor dói no coração

E não tem peito

Que não fica estranho.

Quando bate uma saudade

Dói a dor de um surrar

E não há mais dobras para se juntar.

O jeito é correr e se moer

O peito é só doer e se espremer

O feito é no roer sem socorrer

O leito é uma dor de se morrer.

Quando o amor bate

Há algum lugar onde se morre

Mas depois recorre

E volta para o eterno embate.

Quando o amor bate

A dor rebate

E um sangue de tomate

Escorre dentro da veia

Para ser servido na última ceia.

Quando o amor bate

Não tem jeito

O peito fica sem tamanho

Quando o amor bate

Eu me ajeito

Porque sempre apanho.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 23/08/2009
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