QUANDO BATE
Quando o amor bate
Não tem jeito:
Eu me apanho.
O amor dói no coração
E não tem peito
Que não fica estranho.
Quando bate uma saudade
Dói a dor de um surrar
E não há mais dobras para se juntar.
O jeito é correr e se moer
O peito é só doer e se espremer
O feito é no roer sem socorrer
O leito é uma dor de se morrer.
Quando o amor bate
Há algum lugar onde se morre
Mas depois recorre
E volta para o eterno embate.
Quando o amor bate
A dor rebate
E um sangue de tomate
Escorre dentro da veia
Para ser servido na última ceia.
Quando o amor bate
Não tem jeito
O peito fica sem tamanho
Quando o amor bate
Eu me ajeito
Porque sempre apanho.