Por Favor, matem a utopia!

Teus horizontes não cabem

em meus sonhos,

meus sonhos já não cabem

em mim.

Sou gene de um futuro convulso

que caminha sem margem

sem início, sem centro

sem fim...

Sou do universo

o verso

oposto às rimas

e métricas volúveis.

Do ocaso anêmico

sou viúvo de mim

fente à evolução sou o “R”

da revolta, sou estopim.

Do anarquismo

sou o supremo

Dos extremos,

sou o triste fim.

Sou coração aluído

que segue versando,

o inverso de mim;

até que matem a utopia

e aprisionem os limites

desta vida avessa

na nudez fria do fim.

Denise Reis - do Livro Confraria (in) Verso- CAPOSM