Era mais uma vez...
Era uma janela iluminada,
perfumada pelas flores,
alegres e cheias de cores,
pela menina, tão bem cuidadas.
Com cortinas finas era enfeitada,
e a brisa lhe fazia carinhos,
trazidos de tantos caminhos,
sempre que por ali passava...
Era uma janela bem pequena,
um palco para uma linda cena,
mas ali cabia o luar.
Cabia também a poesia morena,
nascidos na suavidade da pena,
que ela se punha a desenhar.
Era uma janela ensolarada,
enfeitada com lindos sonhos no peitoril.
Só não coube ali tanta ausência,
com tanta displicência fechou-se
e lacrada por dentro, nunca mais se abriu.