TROVAS-15

Desce a noite jubilar

e o tilintar de Belém

com uma estrela a iluminar

o Natal do nosso bem

Meus dias de juventude

passaram-se a mil por hora;

quis impedir e não pude

lembranças só restam agora

de promessas vivo cheio

com mais dívidas a cobrar;

quem deve tece arrodeio

fingindo que vai pagar

Anoiteceu, feneceu

destro, um escuro acomodado

esfumaçando cresceu

nos olhos do Corcovado

Na loteria dos espertes

sou um herói desconhecido

continuo pedindo sorte

porém não sou atendido

Meu currículo afamado

com experiência já vivida,

sou por demais assaltado

no cotidiano da vida

Ó meu Santo Anjo da Guarda

era assim que a mãe dizia:

protege a nossa vanguarda

dos perigos deste dia

Enquanto o dia não volta

curte a noite muito afeto

da simples reviravolta

ao nascimento de um feto

A Primavera amanhece

impressionando a visão;

olhando jamais se esquece

a limpidez do clarão

Zecar
Enviado por Zecar em 18/05/2005
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