TROVAS-15
Desce a noite jubilar
e o tilintar de Belém
com uma estrela a iluminar
o Natal do nosso bem
Meus dias de juventude
passaram-se a mil por hora;
quis impedir e não pude
lembranças só restam agora
de promessas vivo cheio
com mais dívidas a cobrar;
quem deve tece arrodeio
fingindo que vai pagar
Anoiteceu, feneceu
destro, um escuro acomodado
esfumaçando cresceu
nos olhos do Corcovado
Na loteria dos espertes
sou um herói desconhecido
continuo pedindo sorte
porém não sou atendido
Meu currículo afamado
com experiência já vivida,
sou por demais assaltado
no cotidiano da vida
Ó meu Santo Anjo da Guarda
era assim que a mãe dizia:
protege a nossa vanguarda
dos perigos deste dia
Enquanto o dia não volta
curte a noite muito afeto
da simples reviravolta
ao nascimento de um feto
A Primavera amanhece
impressionando a visão;
olhando jamais se esquece
a limpidez do clarão