Comparações Inevitáveis
COMPARAÇÕES INEVITÁVEIS
Qual fruta passada no cacho,
Aquelas que de maduras caíram,
E ao cair se despedaçaram,
Qual animal sarnento,
Que de sujo é enxotado,
E de tão pouco valor ninguém o quer,
Qual tapete velho,
Que depois de muito pisado,
E que o tempo já lhe surrou,
É juntado com desprezo,
E descartado com desdém,
Assim me senti com seu tratamento,
Tal foi o seu empenho em me desprezar,
E ocultar os seus reais sentimentos,
Não fosse bastante,
Revelaste uma face que eu não conhecia,
A face da falsidade e da dissimulação.
O Poeta da Solidão