POEMA SUJO
A dor não tem rima, nessa língua há pressa
que fala desenfreadas palavras vil.
Tua boca que beijo os mesmos lábios.
Os mesmos dentes furiosos que sorriu
.
Garimpei com o que pude tirar de ti!
Tirar apenas um sentimento bem formado.
Nada que declaras hoje como sempre foi
Comido pelos erros e enganos repassados.
Passar sua vida para um papel mais limpo;
Seria talvez tirar do limbo, uma, duas ou tres
unidades de bactérias nitidamente fecais;
Pois não faria de ti o que jamais te apraz.
Não posso eu criar anticorpos junto ao fosso.
Prefiro-me sozinha , sendo eu o teu oposto.
E afugento-me disso, ou daquilo mais um dia.
Longe das imundícies vivo ao meu gosto.