A floresta
Porque sou pobre,
deslocada, alienada.
Nada.
Nada sei, nada sou,
em nada me tornei.
Todo esse tempo procurava a floresta...
num quadro imenso em moldura,
a sala do tapete da madeira.
De olhos transparentes
mergulhava na floresta...
a menina bruxa do vento da floresta.
Essa dor me roi por dentro
e meus irmãos não me poderão salvar;
doente no vazio das mãos não estendidas,
as costas viradas...
Bruxo, onde está você?
Na floresta, procuro como louca
a presença do lenhador.
Onde estará?
Passeando com a elfa, o silfo e a fada,
seus pequenos filhos saídos de meu ventre.
E meus filhos... onde estarão?
Vestida em trapos, rodopiando pela floresta,
procuro como louca...
o som da flauta nas mãos do lenhador.