Rosa dos Ventos

Sou um grande rosaral manchado de branco

Sou uma gota de fé, misturado no coro da dor.

Sou um pássaro sem voz.

Um encantado sem magia.

Sou um arnafabeto, pois não sei falar de amor.

Sou um tanto palhaço, curado no circo da vida.

Sou um risco vermelho no negro céu dos seus olhos.

Acordeons! Acordes! Instruído a ser instruído.

Sou um trovão calado no vão da sua ausência.

Sou uma segunda-feira chuvosa de um verão sem mar.

Sou eu.

Assim eu sou?!

Um caminhante sem rota, sem rosas ao vento.

Sou um contador... de fábulas, de balanços.

Balançando-me, equilibrando-me na corda dos dias.

Sou um sem tempo.

Mais ainda posso ser eu mesmo.

Sou um rosaral manchado de branco.

Vide verso!

Vim de longe pra me ver.

Sou cego, e ainda uso óculos escuros.

Sou um andarilho, um camelô.

Mais não tenho nada para oferecer.

Sou um rio vermelho que escorre pelas curvas dos seus lábios.

Assim eu sou?

Sou eu.

Um caminhante sem rota, sem rosa do vento.

Sou um contador...de sorrisos, de almas.

Mais sou mesmo é um arnafabeto, pois não sei falar de amor.

Sou assim, um ator no palco da vida.

Sou assim, rascunhado nessas linhas.

Sou na verdade, um sem tempo.

Henrique Martins

21/08/09

Davidson Martins
Enviado por Davidson Martins em 21/08/2009
Reeditado em 21/08/2009
Código do texto: T1766867
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