ALQUIMIA
Recupera a cor e o brilho da lua,
minha alma que, agora quase nua,
despe lentamente seu negro manto,
tecido em longas eras,
com fios de mágoa, tristeza e pranto.
No entanto, o processo ainda
não está completo.
É preciso paciência e zelo,
perseverança e fé,
ser firme no anelo
de ver tudo se consumar,
de trocar o errado pelo certo,
de fazer o inferno virar deserto,
e depois o deserto virar mar.
Queima ainda,
um resto de meu nigredo
no atanor desta existência minha,
coisas guardadas em segredo
e que em cinzas se transformam
sem que eu as precisasse revelar.
Queima em minha alma,
noite e dia, as flores murchas
que já foram, um dia, flores
coloridas e cheias de energia
quando brotaram no meu jardim de ilusão.
Todos os fantasmas de uma vida inteira,
presos nesta fogueira, ardem,
gritam, enquanto queimam
neste fogo lento da transformação.
Lentamente,
o manto de veludo negro
se torna menos denso,
vai soltando-se de meu corpo e de minha alma;
meu sofrer torna-se menos intenso,
entra ar fresco em meus pulmões.
Lentamente,
meus gestos se tornam suaves
e meus pensamentos mais claros,
já não se prendem aos problemas:
voam certeiros em busca das soluções.
Lentamente,
se esgota do meu sangue o veneno
que bebi em beijos farsantes
e que agoram não me enganam mais.
Lentamente,
minha pele se torna rosada,
se renova ao ficar no sereno,
já me encanta uma noite estrelada,
já meus sonhos se tornam reais,
e o que eu achava que não mais podia,
sei que posso muito, e posso muito mais!
Lentamente,
recupero a alegria e o siso,
queima o que já não preciso,
e o que restou do negro manto que eu usava,
se desfaz -apenas cinzas espalhadas no chão.
E então,
como um sol que afugenta a noite,
explodindo em luzes e amores,
arco-íris de todas as cores,
eis minha alma, renascendo em perdão!
Recupera a cor e o brilho da lua,
minha alma que, agora quase nua,
despe lentamente seu negro manto,
tecido em longas eras,
com fios de mágoa, tristeza e pranto.
No entanto, o processo ainda
não está completo.
É preciso paciência e zelo,
perseverança e fé,
ser firme no anelo
de ver tudo se consumar,
de trocar o errado pelo certo,
de fazer o inferno virar deserto,
e depois o deserto virar mar.
Queima ainda,
um resto de meu nigredo
no atanor desta existência minha,
coisas guardadas em segredo
e que em cinzas se transformam
sem que eu as precisasse revelar.
Queima em minha alma,
noite e dia, as flores murchas
que já foram, um dia, flores
coloridas e cheias de energia
quando brotaram no meu jardim de ilusão.
Todos os fantasmas de uma vida inteira,
presos nesta fogueira, ardem,
gritam, enquanto queimam
neste fogo lento da transformação.
Lentamente,
o manto de veludo negro
se torna menos denso,
vai soltando-se de meu corpo e de minha alma;
meu sofrer torna-se menos intenso,
entra ar fresco em meus pulmões.
Lentamente,
meus gestos se tornam suaves
e meus pensamentos mais claros,
já não se prendem aos problemas:
voam certeiros em busca das soluções.
Lentamente,
se esgota do meu sangue o veneno
que bebi em beijos farsantes
e que agoram não me enganam mais.
Lentamente,
minha pele se torna rosada,
se renova ao ficar no sereno,
já me encanta uma noite estrelada,
já meus sonhos se tornam reais,
e o que eu achava que não mais podia,
sei que posso muito, e posso muito mais!
Lentamente,
recupero a alegria e o siso,
queima o que já não preciso,
e o que restou do negro manto que eu usava,
se desfaz -apenas cinzas espalhadas no chão.
E então,
como um sol que afugenta a noite,
explodindo em luzes e amores,
arco-íris de todas as cores,
eis minha alma, renascendo em perdão!