NAVE-N-IDA

Vou sozinha,

entre as luzes de neon;

nas vitrines, o espelho:

faço pose, ajeito

fio de cabelo, solto.

Trejeito, peito.

Aperto os lábios, espalho o batom – fixo

o vermelho – dia.

***

Escrito num dia qualquer, no asfalto, num papelzinho posto no bolso do moletom, guardado, para ser achado tempos depois, casualmente, numa tarde fria do mês de agosto.

13.08.09