A Tristeza das Flores

A TRISTEZA DAS FLORES

Num arbusto nascido defronte a minha janela,

Nasceu um belo cacho de flores,

Todas as manhãs eu as admirava,

E fui acompanhando o desabrochar de cada uma,

E o conjunto de todas ficou muito belo,

Era como uma pintura emoldurada,

Pela janela do meu quarto,

Percebi que todos os dias,

De manhã e à tarde,

Aquelas florzinhas eram visitadas,

Visitadas por um beijo-flor,

Que pairava sobre elas e as tocava,

Com sua língua fininha,

Sugava-lhes o sereno da noite,

E se ia, durante todo dia ficava ausente,

Para a tardinha voltar, e novamente beijá-las,

Era como dar boa noite, para no outro dia voltar,

Certo dia de manhã, a avezinha chegou,

Pousou sobre um galhinho e triste ali ficou,

Observei atentamente nas flores ela não tocou,

Foi-se embora e não mais voltou,

As flores foram murchando,

Perdendo as forças e morreram,

Com saudade da avezinha,

Ali só o arbusto ficou,

E o quadro se tornou triste.

O Poeta da Solidão

O Poeta da Solidão
Enviado por O Poeta da Solidão em 20/08/2009
Código do texto: T1763653
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