Olhando os girassóis
Olho os prados e campinas
Os regatos e as florestas
Vejo pássaros, beija-flores,
Sugando mel de todas as cores
Ouço o gorjeio da passarada
Fazendo festa nos galhos,
Fabricando sua morada,
Por um viés na lembrança
Pouso na minha infância
Ah! Que saudade que tenho!
Dos campos verdes floridos
Dos bosques vertendo-se em festa,
Do arco-íris cobrindo o vale,
No céu enxergando as estrelas;
Dos jardins e roseirais sorrindo
Nos regatos, rios e fontes;
Aguando a vida da gente;
Dos meus ipês-roxos, amarelos, brancos...
Abrindo os braços frondosos!
Dos lírios cobrindo os campos;
Do tempo da minha história
Procuro os jardins floridos,
Os lírios do campo;
Busco lagos verdes, azuis
Campeio meu ipê frondoso!
Já nem vejo os girassóis.
O lótus não brota mais.
Dos montes miro a relva
São poucos os teus sinais;
O mundo não satisfaz!
Vislumbro o horizonte, surge uma selva!
O canto não ouço mais,
Tombando, vejo as cores,
Emudecendo a nossa voz.
Que a nesga da minha memória,
Do tempo, quisera a outrora.
Cuido Deus, que um dia, a natureza cansada
Não responda tão feroz!