Olhando os girassóis

Olho os prados e campinas

Os regatos e as florestas

Vejo pássaros, beija-flores,

Sugando mel de todas as cores

Ouço o gorjeio da passarada

Fazendo festa nos galhos,

Fabricando sua morada,

Por um viés na lembrança

Pouso na minha infância

Ah! Que saudade que tenho!

Dos campos verdes floridos

Dos bosques vertendo-se em festa,

Do arco-íris cobrindo o vale,

No céu enxergando as estrelas;

Dos jardins e roseirais sorrindo

Nos regatos, rios e fontes;

Aguando a vida da gente;

Dos meus ipês-roxos, amarelos, brancos...

Abrindo os braços frondosos!

Dos lírios cobrindo os campos;

Do tempo da minha história

Procuro os jardins floridos,

Os lírios do campo;

Busco lagos verdes, azuis

Campeio meu ipê frondoso!

Já nem vejo os girassóis.

O lótus não brota mais.

Dos montes miro a relva

São poucos os teus sinais;

O mundo não satisfaz!

Vislumbro o horizonte, surge uma selva!

O canto não ouço mais,

Tombando, vejo as cores,

Emudecendo a nossa voz.

Que a nesga da minha memória,

Do tempo, quisera a outrora.

Cuido Deus, que um dia, a natureza cansada

Não responda tão feroz!

Lucimar Oliveira
Enviado por Lucimar Oliveira em 19/08/2009
Reeditado em 27/08/2024
Código do texto: T1762936
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