Inconsequência

Queria matar a inconsequência de certos verbos

Queria que, esses verbos, que um dia me presenteastes,

Eu pudesse removê-los drasticamente

No entanto...

Também quero, mais uma vez tentar te tornar tão brilhante

Quanto esse sol de verão!

Quero cantar mansinho... quase sussurando...

E te agrupar como num grande e risonho girassol.

É uma petalinha aqui...

Outra acolá...

Que se voltam em doce circunferência

No meio dia amarelado e poeirento

Dos caminhos por onde passas

E os quais persigo como ladrão sagaz e audacioso.

Te prescruto nas sombras magrinhas

Rastejando como uma minhoca

Enquanto o sol espreita cada entrada escura

Com vício secular...

Ao longe o som abafado de um piano

Dança uma música triste.

A mim não parece definitivo

Mas,

Faz tanto tempo que não ouço nada igual!

Inebriada paro e começo a dançar

Porém não posso me atrasar,

Quero chegar até a inconsequência do verbo.

Volver a lembrança das tuas palavras

Para não perder de ti a gota final.

Vê pois que não estou sendo incoerente contigo

Estou te buscando nesse sol forte

Para matar esse desejo já maduro

Que se faz presente na minha razão.

Depois, não direi que foste incapaz de me fazer sonhar

Nem direi que não soubeste esperar...

Falarei apenas do verbo,

De sua inconsequência e de sua morte dentro de mim...

leila Signor
Enviado por leila Signor em 19/08/2009
Código do texto: T1762715
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