Estige – Quinto Círculo.
Um rio sangra fervente no pavor
Pedras quentes da pira vão ao fundo
A ira em penitentes deste mundo,
Vermes presos no lodo do rancor
Na cabeça a sentença de um pecado
No lago a nau do Inferno não transige,
Pois Flégias guarda as juras sãs no Estige,
Navega com os Deuses do outro lado.
A ira ganha a boca dos escravos
E descansa abraçada no rancor
Sua força domina todo parvo;
Quando o peito doído aceita a tranca
Na clausura contida em toda dor
E sangra, que a ferida purga franca.