Um dia de fúria

Acho-me num horizonte sem fim

No céu límpido nuvens esfumaçam

Desenhando formatos, que tento decifrar

Inultimente, igual ao meu instante

Vespas coloridas riscam a minha lateral

Ignorando a orquestra de sons estridentes

De andarilhos tentantes

Imenso vespeiro, pedintes luzeiros

Divorciado do tempo, dos laços feitos

Prossigo inerte, contrafeito

Induzindo os pensamentos nos dedos

Nuvens passageiras, que se desfazem ligeiras

A realidade estronda nua, crua, marcante

um dia de fúria

Trovões sem raios

Um corpo no chão