POEMA DO ENGANO

(George Arribas)



Que poema é esse que se escreveu em mim?
Riscando o sim num sentimento seu
Cruzando o meu entendimento e assim
Me decompondo ante o que nunca leu

Que poema é esse que se esqueceu em mim?
Que se esqueceu do fim do que partiu ateu...
Poema meu que aqueceu em mim
Me duvidando em mim me reescrevendo seu

Poema meu que me enganou de mim...


BONECA DE PANO

(George Arribas)

E eu te vestia e te montava nos meus planos
Tu permitias a desvalida estupidez
De insensatez te costurei pelos meus anos
Traçando enganos em versos insanos meus - talvez...

E eu te seguia e tu me vias sem teus panos
Que desfilavam insistindo a tua tez
Como freguês da dor talvez eu te rasgava
Me premiando como um engano teu sem vez


NUNCA MAIS

(George Arribas)

Percorrendo ares, artimanhas e loucuras
Navegando valas nas manhãs das criaturas
Perseguindo sombras se atirando nas correntes
Reclamando falsas frias armadilhas do presente



Nos vergões, clarões, nos sons das aventuras
Separando em quarteirões os tons das amarguras
Desistindo ávido, açoitando a dor somente
Resistindo ao tempo, insistindo um tempo mais demente



Ventos...
Outros não servem mais
Ventos de nunca mais
Ventos de toda cor



Tempo...
Outros serão de paz
Tempo querendo mais
Tempo, canção e amor


* Pernambucano, humanista com formação acadêmica em engenharia e teologia.Vivo a fusão do que lembro com o que imaginoser uma visão litúrgica da vida-sem pompas e paramentos.
Na literatura poética buscoa coerência de conteúdo,estética,força telútica com arquiteturacontida e elegante.
Entre tantas facetas e angulações de minha personalidade destaco o gosto pelas coisas simples,os gestos de amizade e ternura sobre o ser humano.
Acredito na vida e a exalto sobremaneira,porém,sem festejar com a euforia dos irresponsáveis,prevenido talvez,pela afirmação de Sêneca quando afirma que " a felicidade não se modera,destrói-se a si mesma".
Sou antes de tudo um "irrecuperável" idealista,por acreditar que o mundo acaba sempre amando um sonhador.


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RASCUNHEIROS DE SALTO
Enviado por RASCUNHEIROS DE SALTO em 18/08/2009
Reeditado em 15/09/2009
Código do texto: T1759980