REVOLUÇÃO NOS CÓDIGOS DA HUMANIDADE

vou desvestir todos os uniformes da vida

livrar-me de todas as leis da burocracia

e fundar meu próprio mundo

cair na mina da grand’loquência

ser sócio do meu próprio clube

sairei na raia salpicada por casmurros

dedilhando as manchetes pagas

as pragas da minha associação

levarei todas ao congresso dos loucos

para que sejam desfeitas ou recicladas

não serei o sábio da companhia

serei apenas o moço calado

com plantão marcado com a vida

fundarei o regulamento dos sonhadores

que só eu vou testar, por servir só para um

redescobrirei a leitura de códigos invisíveis

para manejar a luva de se fazer invenção barata

até nas conchas de se fazer justiça

ficarão melados da arruaça que piamente patrocinarei

para derrubar a gestação da lei

que garante aos peçonhentos

a propriedade de todos os pensamentos

introduziremos ao buraco as sabedorias capitalistas

de todos os abomináveis senhores feudais

que façam suas leis

que consumam suas ousadias hereditárias

mas que não venham desmanchar a nossa utopia

bichos esganadores fechadura da humanidade

levantarei a mão ante a despedida

e no plenário sairemos em uma só fila

comemorando o sonho

bicho levado - último sobrevivente da dureza dos dias

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 17/08/2009
Reeditado em 19/08/2013
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