Tudo estranhamente pleno
Acho que morro esta noite, pleno
Está tudo tão completo
que o coração em festa
nada mais tem a brilhar
Conheci o único instante na vida
sem pensar em ti
O fino fio
que divide êxtase e auto-imolação
é de fina seda envolto em fogueiras
Sobrevivo sedento de teu beijo
onde há muito não bebo vida
II
Pressinto morrer ao amanhecer, pleno
Está tudo tão completo
porque o instante em que eu sonhava
não sonhava contigo
Por aquele instante não fui tua posse
Mas no momento sem pensar em ti
eu delirava conhecer o amor
E já era véspera de te procurar
até onde dói o martírio de Cristo
até onde alcança a voz de Deus