Silêncio

Jorra-me o silêncio

corpo a fora,

Qual menestrel

a manejar-me

remotamente.

E eu ali, parado,

quase docemente,

Perdendo-me,

consumindo-me,

Entre as palavras

Que não falava,

E as que quase

Cheguei a falar.

Entre os dizeres

Que tive por dizer

E sufoquei no céu...

No céu da boca

Egoísta e teimosa,

transbordante em

Silêncio...