Percebeu minh’alma...

Às vezes sou invadida

Por sensações desconhecidas

Por minha carne...

Percorrem cada centímetro

De meu corpo

Arranham minhas veias sanguíneas...

Com impetuosidade.

Não tenho como interromper tudo

Nada por mim.

Apenas sou invadida.

Não tem como permitir

É invasão

Tenho que consentir.

É como se minh’alma

Passeasse por um vale

Esperando a chegada

De um anjo

Para me ressuscitar

Das mentiras do amor

Num juízo final...

Sinto uma semente querer

Brotar na margem de meu intimo,

Calma e digna...

Pressinto tua presença...

Um calafrio tomar minha existência

Nada mais...

Apenas tua mão resgatando-me

Deste vale obscuro e frio...

Ainda bem que

Percebeu minh’alma

Ali quase enterrada

Esperando com premência

A tua chegada.

Meu Anjo sem asas

Agora estou salva

Da maldição do desamor.

E abrigo-me sem demora

Em teu dorso...

Minha proteção

Minha prece silenciosa.