Solidão

Acostumei-me a ficar sozinha.

Isso pode parecer tão triste,

E talvez seja mesmo.

Mas a tristeza faz tanto parte do ser

Quanto à alegria,

E afinal de contas,

A solidão implica tantas outras razões,

Tantas outras interpretações,

Que não cabe nem a mim dize-las,

Digo apenas que faz parte de mim

Ser sozinha.

O que me resta é aprender

Que algumas vezes,

Mesmo sem nenhum espaço

Nem pra respirar,

Há sempre um vazio.

Mesmo com tantos ruídos

Quase sempre dissonantes,

Há sempre um silêncio.

Mesmo diante de tantas luzes e cores

Provocando-me enxaqueca,

Há sempre a escuridão.

E mesmo entre multidões,

Em que quase me perco diante da alteridade,

Há somente eu.

Fernanda Freitas

16/08/2008

Fê Freitas
Enviado por Fê Freitas em 16/08/2009
Código do texto: T1757150
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