Musa

Ó Musa que inspiras ao Aedo

Desejo por tí n’alma ser tocado

Para poder narrar sem medo

A desventura de não ser amado

Por conquistar tão doce devaneio

Vou pela vida há tempos imemoriais

Sigo na vida procurando com anseio

A feliz parceira dos meus tristes ais

Quem sabe um dia encontre ainda

Na alvorada ou em novo anoitecer

Na solidão de uma noite que infinda

Faz novamente a dor atroz recrudescer

Sinto no vento trás sua fragrância

Mesmo sem ainda merecer tal graça

Vivo apenas por essa grande ânsia

Morrer sem tê-la, será minha desgraça.