ADEUS QUE ME VOU EMBORA
Poema baseado na letra (a que “pedi emprestado” o nome) e na música do grande, imenso António Variações, para mim o maior de todos os cantores que a moderna musica portuguesa soube gerar, e que num dia triste e sombrio de 1984 tão prematuramente nos deixou
À Sónia Borboleta Rainha porque foi depois de uma doce conversa que me inspirei para as seguintes palavras
ADEUS QUE ME VOU EMBORA
Parto para as estrelas
De onde um dia cheguei até aqui
Parto nas nuvens
Parto feliz
Adeus que me vou embora
E levo comigo
A tua recordação
Junto da alma
Mas ainda mais perto do coração
Adeus que me vou embora
Mundos e terras
Por aqui descobri
Amei como em lado nenhum
Mas também assim sofri
Adeus que me vou embora
Aprendi por estes lados a chorar
Mas também a magia do sorriso
E ao meu lado
Sei que te levo comigo
Adeus que me vou embora
Nos livros aprendi a arte
De com os outros crescer
Na música soube
Que ela é a única coisa
A que uma alma se deve render
Adeus que me vou embora
Parto para longe
E ainda não sei o meu destino
Parto radiante
E não por castigo
Porque há uma altura
Em que tudo morre
Tudo deve voltar a nascer
E chegou a altura
De ir para outros lados crescer
Adeus que me vou embora