Eu
Entre razão e sandice,
Eu escolhe a saída mais agradável:
Mantém-se isolado,
afastado de tudo e de todos.
Eu retém tudo o que acontece
(tem síndrome de Clarice Lispector,
mas não consegue escrever sobre isso)
Eu sabe o que vai acontecer
-O mundo anda tão previsível...-
Então Eu prefere se esconder.
Eu não escolhe quem amar
já que não tem opções plausíveis
Eu não ama.
Eu não trabalha, porque sua especialidade,
“SER”, não se classifiica por empregável
E entre “ser” e “morrer”
Eu não trabalha.
Eu também não fala:
Quem vai ouvir?
Eu apenas ouve, e vê, e sente...
Outro dia vi Eu na calçada
Massacrado pela mesma força
Que o levantou, pouco tempo depois.