MANHÃ

Amanheceu...

E uma brisa suave,

Por flores, perfumada,

Meu sono interrompeu.

Na janela entreaberta,

A cortina estremeceu;

E, um raio de sol,

Ainda meio tímido,

A escuridão do quarto rompeu.

Deflagrou-se um bombardeio,

Entre o despertar e o sonhar.

A realidade ou o devaneio,

Quem afinal vencerá?

Meu corpo dilacerado,

Pelo calor do sonho, suado,

Ainda indolente,

Desperta repentinamente.

Coração acelerado,

Um sorriso, no rosto estampado,

Traduz, do sonho, a beleza.

Transmite paz e pureza.

Oh! Manhã ensolarada!

Que este pobre sonhador desperta.

Devolva-me os sonhos,

Na noite enluarada,

Pois, a minha realidade é certa.

Vera Ribeiro Guedes