Devaneios...

Vesperal outono

Pretensa primavera

Jardins no meu inverno de espera...

Você,

Brisa suave que chega

Apossa-se do espaço

Acaricia-me o dorso

Envolvendo-me o corpo

Com seu desejo... Sua quietude

Seu esperar em paz...

Trazendo estampado no rosto

O lampejo um lampejo de malícia...

Olhos que prometem carícias...

Brisa, e como tal.

Chega, atiça e se vai.

Deixando na memória da pele

O segredo de meu, agora, perene desejo

Tua posse... A ânsia do toque...

Teu trote!

Pois és livre ao cavalgar-me

E sem rédeas aprisiona-me

Ao levar-me no teu galope...

A distância, em todas as estâncias,

Escreve na lápide de minha esperança

Aqui jaz, ferida de morte.

Você,

Voz melodiosa e aveludada

Aos meus atentos ouvidos, harmonizada.

Carregas no hálito,

O elixir que me desperta a libido

Sabor sagrado de rituais tão antigos...

Você,

Que me trouxe a magia

E me encheu de alegria...

Você foi alvorada

Entoada, festejada, nos bosques

Pelos faunos, fadas...

Maya de minha vida,

Tão sem cor, tão sem vida...

Sussurro que imita a flauta de Pam

Sedução que aceito encantada

Pois que enfeitiça, donzelas e cortesãs.

Inocência disfarçada

Num corpo onde o prazer

Faz morada...

Exala a essência das flores

Tens nos olhos o brilho de mil amores

Transbordas sensualidade...

Que te veste...

Enquanto te despe...

E me excita

Boca que verte poesia e malícia

Tens cheiro de fruta

Língua macia... Delícia!

Você,

Fruto de minha imaginação

Carência estampada de minha emoção...

Teu semblante ganha forma

Que meus versos traços,

No entoar de uma canção

Ouvida em noites enluaradas

Quando alma apaixonada

Sacrifica os desejos no altar da solidão

Enamorada por olhos sedutores

Fruto de tantos e prontos amores

Dono de mãos que me roubam os sentidos

Enquanto fala delícias sagradas

Profanas aos meus ouvidos!

Observadora
Enviado por Observadora em 14/08/2009
Reeditado em 11/08/2018
Código do texto: T1754106
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