Baús

Nestes dias,

remexi nos baús.

Encontrei recortes.

Tantos recortes!

De decoração,de como usar materiais

Encontrei velhas tintas, arranjos marinhos,

Estudos sobre água, moringas e

sobre frutas até então desconhecidas.

Ah! Revi projetos sobre artesanato,palha,barro,bambu.

Recordei dos pitorescos Bom Dias em acenos pelas ruas.

Imaginava uma mãozinha móvel para evitar dores no pulso.

Sorri com a lembrança, do cheiro da poeira também me lembrei.

Era rústico, muito rústico.

As emoções, o poder ver o céu

O sonhar em criar, em contribuir e

principalmente em vivenciar a vida.

Um pincel, a terra, plantas, flores.

Não sabia seus nomes, reconhecia suas cores, perfume.

Falava com elas em sintonia

Como cresceram! A maioria sem poda!

Assim, libertas, alcançando o céu! Eretas e no topo a flor!

Uma única flor e quando branca o contraste é sublime.

Revi assim os recortes, as raízes, o que não foi,

a ilusão dos Boas Noites nas Boas Noites.

O pincel virou escrita pela farsa

O Baú trancado, encerrando definitivamente vida que não era minha.

Elas, flores e verdes florescem em sintonia de novas estações.

Lindas, perfeitas, perfumadas sem trancas.

Libertas como eu!Finalmente!

Ana Maria Bruni
Enviado por Ana Maria Bruni em 14/08/2009
Código do texto: T1753763