Baús
Nestes dias,
remexi nos baús.
Encontrei recortes.
Tantos recortes!
De decoração,de como usar materiais
Encontrei velhas tintas, arranjos marinhos,
Estudos sobre água, moringas e
sobre frutas até então desconhecidas.
Ah! Revi projetos sobre artesanato,palha,barro,bambu.
Recordei dos pitorescos Bom Dias em acenos pelas ruas.
Imaginava uma mãozinha móvel para evitar dores no pulso.
Sorri com a lembrança, do cheiro da poeira também me lembrei.
Era rústico, muito rústico.
As emoções, o poder ver o céu
O sonhar em criar, em contribuir e
principalmente em vivenciar a vida.
Um pincel, a terra, plantas, flores.
Não sabia seus nomes, reconhecia suas cores, perfume.
Falava com elas em sintonia
Como cresceram! A maioria sem poda!
Assim, libertas, alcançando o céu! Eretas e no topo a flor!
Uma única flor e quando branca o contraste é sublime.
Revi assim os recortes, as raízes, o que não foi,
a ilusão dos Boas Noites nas Boas Noites.
O pincel virou escrita pela farsa
O Baú trancado, encerrando definitivamente vida que não era minha.
Elas, flores e verdes florescem em sintonia de novas estações.
Lindas, perfeitas, perfumadas sem trancas.
Libertas como eu!Finalmente!