“Náufrago poeta”
Escrevo a solidão que vivo,
E me entrego a cada desilusão olhando o mar
Respiro a maresia que me envolve
Enquanto a maré revolve meu jeito de amar
Sou sempre náufrago nesta correnteza
Estou sempre ilhado, sem norte, sem rumo
Meu céu brilha tanta incerteza
Se me aparece um cais, logo o assumo
E me ato inconsciente
E faço de minhas amarras qualquer abraço
Recebo pouco, me dou completamente
E logo parto levando apenas meu cansaço
Não assumo o leme da minha vida
Deixo que me leve por mares de inconstâncias
Escrevo tanta solidão e despedida
Sou náufrago de perdidas distancias
Um dia quem sabe o mar me beba
E a morte anteceda
Meu verdadeiro destino
Ser só e náufrago poeta
Que pelas distâncias se descompleta
Entre vagas de desatino