A CATAPULTA DE VERSOS

Por mim se montam as palavras,

Que visitam a energia do mundo.

Por mim se contam as histórias,

Que se renovam com outras interpretações.

Fui suplicar ao Pai e ao irmão-Pai

Mil coisas a resolver.

E por Jeremias, do antigo livro,

Falou-me que só o procuro no aperto.

Bem verdade isso que foi de fato,

Mas haveria o filho de saber de tudo,

Que só o Pai sabe a contento?

Tenho, nesses dias, incomodado o Pai,

Que de verdade aceito que é uma chateação.

Mas vou e bato na porta todas as noites,

Sei que incomodo e toco a campainha várias vezes,

Pode reclamar do barulho, mas algo há que me ensinar e dar,

Porque entendi de primeira o que ensinaste,

"... Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á..."

Hoje o Sol se espalhou pela minha morada

Com mãos de amarelo brilhante.

Confortou a vida das flores,

Que lhe acenavam olhando-o diretamente nos olhos.

As vozes das crianças acalmavam o peito de três décadas e meia

E encantavam-no com a vida eterna de um coração gigante.

É pela inteligência divina

Que esses versos se aglutinam

Como uma cidade murada

Criando uma catapulta

Por onde envio meus versos para o Alto.