CONVICTO

estou querendo estar num caminho diferente

o que assisto é quase que um discurso triste e sem argumentos

mas a minha mão só me acena o caminho que eu mesmo vejo

não posso mais rodar por uma só direção

porque o meu corpo se contenta com o que há no mundo

mas meu coração se sente um estrangeiro

não há nenhum vigia novo na minha cela

não há nem o projeto de uma mão que distribui carinhos

acho que o que ainda resta

tem a missão de me fazer sorrir meu último sorriso

chorar meu último pranto e esperar

eu espero mas tudo espera

quero esperar mas não sem antes saber o quê

não sem antes olhar por dentro e me contemplar

estou convicto das minhas idéias

não a convicção de que elas estejam todas certas

tenho a convicção de que as minhas idéias existem e eu existo nelas

tenho a convicção mais e forte e mais fraca ao mesmo tempo

mas tenho-a e sempre e cada dia mais.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 13/08/2009
Reeditado em 19/08/2013
Código do texto: T1751851
Classificação de conteúdo: seguro