CONVICTO
estou querendo estar num caminho diferente
o que assisto é quase que um discurso triste e sem argumentos
mas a minha mão só me acena o caminho que eu mesmo vejo
não posso mais rodar por uma só direção
porque o meu corpo se contenta com o que há no mundo
mas meu coração se sente um estrangeiro
não há nenhum vigia novo na minha cela
não há nem o projeto de uma mão que distribui carinhos
acho que o que ainda resta
tem a missão de me fazer sorrir meu último sorriso
chorar meu último pranto e esperar
eu espero mas tudo espera
quero esperar mas não sem antes saber o quê
não sem antes olhar por dentro e me contemplar
estou convicto das minhas idéias
não a convicção de que elas estejam todas certas
tenho a convicção de que as minhas idéias existem e eu existo nelas
tenho a convicção mais e forte e mais fraca ao mesmo tempo
mas tenho-a e sempre e cada dia mais.