No pulo do gato

Eu vivo sempre no pulo do gato

Nesta ânsia que precede o não sei

Não há espaço para espera

Durmo em gavetas

De tempo latente

Ao espreitar o teu medo

Neste intervalo ofegante felino...

Nas sorrateiras reticências carrego

Escondida minha astúcia ladina

No meu olhar de âmbar

Eternizo o instante

Ronrono ao tocar da nuca

Eu vivo sempre no pulo do gato