Furacão de palavras (Hurricane, o poeta, e sua tentativa de eletrificar canções)
O folk teve seu poeta
Que, certa vez,
Por versos falados
Afirmara de pé:
“Nunca crie nada"
Deveras,
Serás mal-interpretado
Terá que explicar
O que já está confirmado:
"O que é bom é ruim
E, o que é ruim, bom é sim!"
Mas, isso só se descobre
Depois da viagem, motocicleta
Após o fluxo
Quando se chega ao topo
Percebe-se num lapso
'Persona falaz', na arena em cartaz
Atrás das cortinas
Capciosa sonoridade
Articula à falácia, foge do lar
Só ao erro não induz
Anti-sofisma particular
Seus versos, um dolo produz
Consolo de expressão
Proposição épica,
Quando na verdade
Era apenas poesia
Frio nas narinas
Aqueça-me mulher!
O vento me corta
Umedece as retinas
Subiu, rumo Dakota, partimos...
*A Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan, (Duluth, 24 de maio de 1941).