Avós,pais, filhos e árvores

Na vida talvez sejamos árvores,
que fazem de tudo pra se preservar,
mesmo quando parece que nada fazem!
Somos daquelas que dão flores,
para que nosso polem seja solto no ar,
e assim germine outra nossa vida, em algum lugar!
Talvez como aquela, que de tão bela,
aprisiona o pássaro em si,
para em suas asas,
ou em seus pés,
nosso polem esteja alojado,
para que em outras paragens onde ele esteja pousado,
outra nossa vida venha a germinar!
Talvez como aquela,
rude, feia, velha,
que engana o pássaro,
que com mistérios faz com que ele leve,
nossas sementes sem ao menos notar!
Mas nós somos homens...
Que enterramos fundo as nossas sementes,
em úteros ternos e quentes,
na esperança que venham a germinar!
E o fazemos sem medo e com zelo
com apego e apelo, para que vingue e viva!
E assim leve em sua vida,
a nossa vida!A nossa história de ser e estar!
Sabemos que o filho recém nascido,
nem é o que somos, nem será,
Mas é uma esperança,
de eternidade, continuidade
a qual nos apegamos...
Pois o filho, o neto,
leva em si o que somos ou fomos...
como a base do que ele será!
E assim o encantamento da vida se manifesta,
na festa de amor e de amar em que nos entregamos...
Com a esperança embutida de sempre sermos,
atravez de nossos rebentos, presentes na vida!
Enquanto a vida durar!

São Paulo 10 de maio de 2006
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