Amor a literatura

Se penso escrevo,

Portanto, se existo escrevo.

Pensar é a completa abstração,

A literatura é a concreção do pensamento personificado.

Se a vida é realmente vazia de significado,

A arte é que lhe dá o significado verdadeiro.

Viver é arte e, portanto, é representar

Somos todos artistas trocando essências

elementares em um mesmo e imenso palco.

Para que façamos o melhor

É preciso que amemos ao que fazemos

Portanto, é preciso que se ame a vida

Isso, para dar-lhe algum significado.

Por mais insignificante que o artista pense que é,

Se amar extremadamente à arte

A sua vida será plena de significado,

Portanto, amar é viver.

Amar a tudo e a todos,

Mas, principalmente, amar a si mesmo,

Pois para amar ao que nos cerca

É necessário, primeiro, amar a subjetividade,

Ir ao mais profundo de si mesmo

E voltar carregando a chama eterna da vida e do amor.

Portanto, essa também é a lei: amar a literatura,

Amar a concretização da vida.

Assim, amar a nós mesmos e ao que nos cerca.

Se estiver só, ame a natureza, o sol a lua,

Ame o que de mais horrendo possa imaginar

E amará com mais facilidade a tudo que é belo

E que encontra-se a sua volta.

Ame, ame sempre, mais e mais.

Essa é a lei para amar, também, a poesia.

Brasília-DF, 24 de julho de 2009.