Amor Hematófago

Na curva ao sopro do vento

Navego

Sobre as donzelas incautas

Eu chovo

O pio não pinga da beira

Se esgueira

Penetra insone entre as ripas

Se estreita

O galho dança macabro

Aturde

O corvo agoura ao relento

Corveja

Lacrado o templo do amor

Me espraio

Velando uma alma a perder-se

Me enlevo

No meio do peito tão cálido

Ausculto

Ribomba um músculo autônomo

E quente

Ao vértice entre essas pernas

Me esquivo

Não esquivo ao colo inocente

Porém

Sobre essas carnes macias

Prorrompo

A artéria farta de vida

Eu chupo

Éder de Araújo
Enviado por Éder de Araújo em 11/08/2009
Código do texto: T1748937
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