Exceção

Dolorido o amor de quem canta sozinho

Tentando fazer audível sua voz solitária;

Sofridos os passos de quem tenta ser estrada,

Quando sua conformação é de atalho.

Triste a história de quem se tornou sombra

E apagada existe em meio a céu estrelado.

Loucura é tentar apagar a luz da lua

Quando só ela existe, em brilho, para o mar aberto.

Solitário os rumos de uma flor do campo

Que floresce entre lírios e assim permanece,

Sabendo que, na essência, é uma rosa bela.

Estranho guardar em si torrentes insondáveis

De mistérios, prazeres, surpresas infinitas,

E aos olhos que se buscam, dia-a-dia,

Ser apenas um pálido conjunto de exceções.

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 13/06/2006
Código do texto: T174881
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