Noite
A noite, são os anjos adormecidos
No branco abraço do breu...
Que envolve emoções pagãs
De todos os sentimentos meus.
Noite... Amante dos sonhos perdidos
Pelos sonhadores, esquecidos...
Deixados em um canto qualquer.
Noite, fiel companheira...
Recolhe as almas desencontradas
Todas na mesma invernada
Na caminhada para o nada.
Noite, infame prostituta...
Que no escuro faz a permuta
Da ilusão... Pelo verdadeiro
E para o inferno...
Quem vai primeiro?
Ah! Misteriosa senhora de negro
Não te compreendem os mortais...
E por isso... Morrem demais.
Eu... Em ti, encontrei a morada.
No teu colo... O aconchego
Depois da longa caminhada.
Minha ama, minha dama...
Senhora minha mãe!
Noite, que conhecendo os meus medos
Fez do seu íntimo segredo...
Uma luz a me alumiar!