COMO SE FOSSE O ÚLTIMO DIA

(Ao poeta e amigo Vivaldo Bernardes)

Sozinho, numa mesa de bar,

Sob os encantos dos raios do luar

Ele acende seu cigarro de palha.

Degustando uma cerveja gelada,

Ele se lembra dos olhos da amada

E no papel alguns versos espalha.

Trêmula, sua mão vai anotando

O que a mente aos poucos vai ditando

Comandada pela voz do coração.

Diz ele que, apesar da velha idade,

Está sentindo voltar-lhe a mocidade

E com ela o fogo ardente da paixão.

É um fogo de intensa chama

Que o consome, mas ele não reclama,

Pois a paixão é o combustível da poesia...

E assim vai vivendo o poeta:

Gozando sua velhice já concreta

Como se fosse aquele o seu último dia.

Joésio Menezes
Enviado por Joésio Menezes em 11/08/2009
Código do texto: T1747859
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