DOMINGO SEM VIDA

Meus ouvidos,

meus olhos,

meus lábios,

meus braços,

meu corpo,

sentiram falta de você.

Minha vida tornou-se inexpressiva

assim como o meu sorriso,

a minha voz,

os meus gestos,

o meu domingo.

Ontem vivi na base da inércia.

Tudo devagar ... devagar quase parando!

Sentei-me junto à saudade.

Fi-la um carinho e a implorei

que suavizasse a minha dor

ou me destruísse de uma vez.

As frases de amor não saíram da minha boca,

ficaram com medo e encurraladas

à minha garganta.

O meu coração só serviu para bombear o sangue

porque o seu amor não compareceu ao encontro do meu

e por isto o meu amor preferiu amofinar-se.

Não pediu ajuda a ninguém,

pois o que ele menos queria

era se comunicar com outrem.

Ontem foi um dia triste para mim.

Parecia que o meu ser estava de luto.

O pior é que muitos domingos, como de ontem,

virão e lá estarei outra vez como vítima.

Não gostaria jamais de fazer este papel,

mas quem pode relutar contra o destino?!

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 11/08/2009
Código do texto: T1747655