Secura
Um dia quem sabe seremos loucos
e poremos outra vez os lábios à procura
e selaremos nossas antigas loucuras
Um som, blues, velho, puro, rouco...
Uma noite sob alguns lençóis de cetim
buscaremos nossos corpos sem pecados
e abrirás de toda, sem receio para mim
como uma beata em missa terá rezado...
Quem sabe profetizemos um repouso
aos nossos corpos tesos, leves de igual centelha
batizados pelo quente e suave gozo...
Serei eu para ti alguma vez homem?
Ou só poeta filho de cuidador de ovelha...
Sem saciar do corpo essa secura de fome?...