Secura

Um dia quem sabe seremos loucos

e poremos outra vez os lábios à procura

e selaremos nossas antigas loucuras

Um som, blues, velho, puro, rouco...

Uma noite sob alguns lençóis de cetim

buscaremos nossos corpos sem pecados

e abrirás de toda, sem receio para mim

como uma beata em missa terá rezado...

Quem sabe profetizemos um repouso

aos nossos corpos tesos, leves de igual centelha

batizados pelo quente e suave gozo...

Serei eu para ti alguma vez homem?

Ou só poeta filho de cuidador de ovelha...

Sem saciar do corpo essa secura de fome?...

David Souza
Enviado por David Souza em 08/08/2009
Código do texto: T1743605
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