Era uma vez,Conceição...

Era noite de sexta-feira e ela estava com minhas amigas quando a conheci. Fomos a uma festa animada e logo ficamos dançando e cantando em grupo. O ano era 1969, o dia, um sábado. No domingo ela viajou sozinha de carro para Juazeiro onde iria assumir um emprego novo. Mas,no meio do caminho havia uma curva...

CONCEIÇÃO.

Conceição

Acho estranho

Ter existido,

Sua lembrança, no entanto,

Faz sentido!

Conceição

Que horas são?

Aqui tudo é concreto

Quanto objeto!

Há tantos carros

Tantas festas,

Há tantas musicas

Também orquestra.

Conceição,

Tanto alegria você refletia!

E agora?

Seu mundo será profundo

Ou é fumaça?

Que adianta ver tantas cores

E sentir flores

Se o que procuro é abstrato.

Oh mundo ingrato!

Conceição,

Você antes era espelho

Hoje é retrato.

Bailam imagens

E já não sei

O que é de fato!

Conceição

Que horas são?

Ao ponteiros do relógio

Não andam para trás.

Não volta mais a sexta-feira

Não volta não

Não volta mais,

Nunca mais

Conceição.

(achei essa poesia escrita a mão num papel amarelado

pelo temo e resolvi posta-la)