AMNÉSIA
Quem se lembra dos ecos da tormenta
que rebentava sobre os nossos ombros
quando a nossa vontade, feita escombros,
se esbatia na tarde pardacenta?
Quem recorda as palavras de água benta
com que nos embalavam? Ou os biombos
levantados para encobrir os rombos
feitos na vida esquálida e cinzenta?
Desliza o tempo como um grande rio
em que se afoga a mágoa, triste e lerda,
deixando em nós um âmago vazio.
Viajar ao passado é pura perda,
porque algemas e monstros e o arrepio
– tudo se varre da memória, merda!
8/7/2009
Quem se lembra dos ecos da tormenta
que rebentava sobre os nossos ombros
quando a nossa vontade, feita escombros,
se esbatia na tarde pardacenta?
Quem recorda as palavras de água benta
com que nos embalavam? Ou os biombos
levantados para encobrir os rombos
feitos na vida esquálida e cinzenta?
Desliza o tempo como um grande rio
em que se afoga a mágoa, triste e lerda,
deixando em nós um âmago vazio.
Viajar ao passado é pura perda,
porque algemas e monstros e o arrepio
– tudo se varre da memória, merda!
8/7/2009